quinta-feira, 19 de julho de 2012

AMOR DESPIDO


A carapuça me serviu direitinho, quando começamos a falar sobre segurança, pois na minha introdução de mulher, versa uma tradução bastante confiável da pessoa segura que digo ser.
Sempre cantei aos quatro ventos a minha pseudo-segurança. Agora que você me conhece bem, não aceito renúncias, nem do meu amor, nem da minha alma, neste momento, despida e mostrando que usei o photoshop emocional para te convencer pelo menos pelos próximos segundos que sou inédita, máxima o bastante para te conquistar. Funcionou essa nova composição, na fase de seleção das músicas, pipoca, cinema e dvs. Com a troca de telefone, veio a intimidade do cheiro, lençóis, suores e respiração ofegante. No tapete da sala, não importa de quem, minhas pendências, meu passado sem brilho, meu visor dos vácuos de imaturidade saltaram dando a cor correta da pessoa que sou.
Você se deu conta de que não sou tão sorridente, tão inofensiva, tão doce e amistosa quanto sempre pareci. De tão equilibrada, na intimidade, surge a minha real e atualizada versão de frágil mulher que sou. Não vou negar que foi de tanto amor, que seriamente, usei estes argumentos insanos para te convencer. Nem me peça explicações. Descobriste o meu segredo neste parágrafo de intimidade.
Eu, agora diagnosticada como pessoa normal, tenho medo do dois em um, tornar-se “eu sozinha” e confesso, sinto-me indefesa, embora com os resquícios do seu “gosto de amor” em mim. Despi a minha roupa, o meu cabelo preso, retirei meus sapatos e sem querer foi junto a minha pose de mulher madura e a minha alma. E agora José? Agora, eu sei que não quero usar mais nenhum recurso, nem o tecnológico ou qualquer outra parafernália para te dizer que a nossa estrada, prá mim, apenas começou. Não estou preparada para um amor alternativo, nos domingos nublados e acordar na segunda feira sozinha. Obrigo-me a dizer que o amor estacionou em todas as minhas dependências e ficou. Faço um trato e um pedido, agora que estou desprotegida: não seja turista sentimental. Fica. Aceite o meu calhamaço de amor e os meus nós desatados e do alto do meu muito amor me dê seu abraço, seu colo, seu gosto, seu doce. Aquela balela de força, coragem, era mesmo conversa tola. Se o amor é conhecer a alma, deveria estar no contrato desde o primeiro encontro com uma cláusula em letras garrafais: não aceitamos devolução. Vamos ao replay- me olha de novo, me queira outra vez, entra, fecha a porta, fica e vamos costurar o nosso coração.

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